sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Cigano faz auto-crítica, mas cutuca Velasquez: ‘Não convenceu ser o melhor’


No último dia 19 de outubro, Junior Cigano teve a oportunidade de recuperar o cinturão dos pesados, no terceiro duelo contra Cain Velasquez, no UFC 166. Entretanto, o que se viu foi o lutador americano adotar uma estratégia eficaz para manter o título, sem dar chances ao adversário, nocauteado pela primeira vez na carreira.

Em entrevista exclusiva à TATAME, Cigano recordou o embate e alfinetou o oponente, que, segundo o brasileiro, utilizou o estilo de jogo aplicado pelos especialistas em Wrestling para pontuar, mas não provou ser melhor do que ele.

“Ele demonstrou ter uma boa estratégia para vencer, buscando de uma forma segura e não de superioridade bloquear meus ataques e pontuar de maneira típica dos wrestlers. Pressionou, me segurou, evitando assim a luta franca, o que tornou a luta chata e, por muitas vezes, arrancou vaias do público presente. Boa forma de vencer, mas não de convencer ser o melhor”, disse.

Um verdadeiro campeão não é aquele que só sabe lidar com as vitórias, mas sim o que também aprende com as derrotas. E o peso-pesado sabe que o nocaute técnico sofrido irá ensiná-lo lições que poderão ser utilizadas em suas próximas apresentações no octógono.
“Meu maior aprendizado nessa luta foi que, além de contar com habilidade, treinamento e coração, é necessário traçar uma estratégia eficaz e segui-la, o que não é tão simples quanto parece. Os resultados negativos não podem nos abater e sim serem agentes motivadores para que eu melhore cada vez mais”, completou o especialista em Boxe.

Confira a entrevista na íntegra abaixo:

O que saiu de errado na luta?

Foi uma luta, com certeza, muito estudada pelos dois lados, tanto pelo meu time, quanto pelo dele. Mas acredito que no final o time dele trouxe uma estratégia mais eficaz no sentido de lutar apenas para vencer. A minha estratégia era impor o meu jogo e, como sempre, buscar o nocaute. Talvez ela tenha sido elaborada de uma maneira mais emocional do que racional.

Você nocauteou o Velasquez em 2011. Por que não conseguiu repetir o feito desta vez?

O que faltou foi espaço para concluir minhas sequências. O trabalho dele foi muito bem feito, pois toda vez que ele sentia algum dos meus golpes, logo me clinchava e se apoiava em mim, encontrando assim o tempo necessário para se recuperar.

Você se arrepende de ter tentado aquela finalização que acabou causando a sua derrota?

Não. Eu estava confiante de que poderia vencer e tentei de todas as formas que pude, inclusive com essa finalização que acabou se voltando contra mim, pois na defesa do Velasquez, eu bati com a cabeça no chão, o que me levou ao nocaute técnico.

Após o combate, você tirou fotos com o Cain. Chegaram a conversar?

Eu tinha chegado ao final de mais um grande combate contra o atleta que considero meu principal oponente na categoria.  Independentemente do resultado, eu tenho evoluído e aprendido muito com essa rivalidade. E o que permanece é o respeito.

Considera o Cain o melhor peso-pesado do UFC em todos os tempos?

Acredito que hoje estamos lutando em um nível diferente do que era lutado antigamente. É difícil comparar, mas um dos melhores, ele é.

Você recebeu uma suspensão médica por tempo indeterminado. Acha que volta a lutar em quanto tempo?

Ainda não sei, estamos esperando algumas análises serem realizadas. Já estou recuperado dos machucados no rosto.

Acredita que essa derrota vai te fortalecer futuramente?

Acredito que sim. Quanto mais eu luto, mais eu aprendo e me fortaleço, me tornando assim um profissional cada vez melhor. Meu maior aprendizado nessa luta foi que, além de contar com habilidade, treinamento e coração, é necessário traçar uma estratégia eficaz e segui-la, o que não é tão simples quanto parece. Os resultados negativos não podem nos abater e sim serem agentes motivadores para que eu melhore cada vez mais.

Pretende mudar alguma coisa em seu treinamento?

Sempre temos de nos aperfeiçoar e a vida requer mudanças constantes. Não estou satisfeito como as coisas aconteceram nessa luta tão importante na minha carreira. Com certeza ajustes serão necessários e, portanto, serão feitos.

Como vê sua situação na categoria no momento?

Ainda me considero um dos principais desafiantes ao título. Ele demonstrou ter uma boa estratégia para vencer, buscando de uma forma segura e não de superioridade bloquear meus ataques e pontuar de maneira típica dos wrestlers. Pressionou, me segurou, evitando assim a luta franca, o que tornou a luta chata e, por muitas vezes, arrancou vaias do público presente. Boa forma de vencer, mas não de convencer ser o melhor
Com suspensão médica, Cigano ainda não tem previsão de quando vai voltar a lutar pelo Ulti

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